África

(África) Na África cada orixá estava ligado a uma cidade ou a uma nação inteira; tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Sàngó em Oyo, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ogún em Ekiti e Ondo, Òsun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Osàálà-Obàtálá em Ifé, Osàlúfon em Ifon e Òságiyan em Ejigbo. A realização das cerimônias de adoração ao Òrìsá é assegurada pelos sacerdotes designados para tal em sua tribo ou cidade.

Candomblé

( Candomblé) O Candomblé é uma religião derivada do animismo africano onde se cultuam os orixás, Voduns, Nkisis dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália,Portugal e Espanha.

Cada nação africana tem como base o culto a um único orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em decorrência da importação de escravos onde, agrupados nas senzalas nomeavam um zelador de santo também conhecido como Babalorixá .


O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o Vodou haitiano, a Santeria cubana, e o Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos(similar ao Tchamba africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem yoruba, os quais foram desenvolvidas independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil. , na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e muitas pessoas de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente.Orixás do Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África, juntamente com seus Orixás/Nkisis/Voduns, sua cultura, e seus idiomas, entre 1549 e 1888.Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião.Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia)Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador. no caso dos homens Babalorixá e iyalorixá no caso das mulheres.

Orixás

(Orixás) Os Orixás do Ketu são basicamente os da Mitologia Yoruba. Olorun também chamado Olodumare é o Deus supremo, que criou as divindades ou Orixás (Òrìsà em yoruba). As centenas de orixás ainda cultuados na África, ficou reduzida a um pequeno número que são invocados em cerimônias: *Exu, Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos. *Ogun, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia. *Òsóòsì , Orixá da caça e da fartura. *Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca *sangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça. *Ayrà, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com sangô. *Obaluwàiê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da Cura. *Òsùmàrè, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras. *Òsonyín , Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas. *Oyá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do Rio Niger *Òsun , Orixá feminino dos rios, do ouro, do jogo de búzios, e do amor. *YEMOJA, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás. *Nanã, Orixá feminino dos pântanos, e da morte, mãe de Obaluwaiê e Òsùmàrè . *Ewá, Orixá feminino do Rio Yewa. *Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de sangô *Axabó, Orixá feminino da família de sangô *Ibeji, Orixás gêmeos *Irôco, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil). Egungun, Ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás. IYÁ-MI Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira. Onilé, Orixá do culto de Egungun Oxalá, Orixá do Branco, da Paz, da Fé. OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos. Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino. Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba. Oranian, Orixá filho mais novo de Odudua Baiani, Orixá também chamado Dadá Ajaká Olokun, Orixá divindade do mar Olossá, Orixá dos lagos e lagoas Oxalufon, Qualidade de Oxalá velho e sábio Oxaguian, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro Orixá Oko, Orixá da agricultura Na África cada Orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Şàngó em Oyó, Yemoja na região de Egbá, Ewa em Egbado, Ògún em Ekiti e Ondo, Òşun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Oşàálà-Obàtálá em Ifé, subdivididos em Oşàlúfon em Ifon e Òşágiyan em Ejigbo No Brasil, em cada templo religioso são cultuados todos os Orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único quarto de santo (termo usado para designar o quarto onde são cultuados os Orixás).

Ritual

(Ritual) O Ritual de uma casa de Ketu, é diferente das casas de outras nações, a diferença está no idioma, no toque dos Ilus (atabaque no Ketu), nas cantigas, nas cores usadas pelos Orixás, os rituais mais importantes são: Padê, Sacrifício, Oferenda, Sassayin, Iniciação, Axexê, Olubajé, Águas de Oxalá, Ipeté de Oxum,... A língua sagrada utilizada em rituais do Ketu é derivada da língua Yoruba ou Nagô. O povo de Ketu procura manter-se fiel aos ensinamentos das africanas que fundaram as primeiras casas, reproduzem os rituais, rezas, lendas, cantigas, comidas, festas, e esses ensinamentos são passados oralmente até hoje.

Hierarquia

((Hierarquia)) As posições principais do Ketu (são chamados de cargo ou posto, em yoruba Olóyès , Ogãns e Àjòiès), em termos de autoridade, são: O cargo de autoridade máxima dentro de uma casa de candomblé é o de Iyálorixá (mãe-de-santo) ou Babalorixá (pai-de-santo). São pessoas escolhidas pelos Orixás para ocupar esse posto. São sacerdotes, que após muitos anos de estudo adquiriram o conhecimento para tal função. Quando a pessoa escolhida através do jogo de búzios ainda não está preparada para assumir o posto, terá que ser assistida por todos Egbomis (meu irmão mais velho) da casa para obter o conhecimento necessário. Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai. Iyakekerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa. Babakekerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote. Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos rituais. Ojubonã ou Agibonã: mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação Egbomis: são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: egbon mi, "meu irmão mais velho"). Iyabassê: mulher responsável pela preparação das comidas-de-santo Iaô: filha-de-santo que já entra em transe. Abiã ou abian: novato. Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais (não entra em transe). Alagbê: responsável pelos atabaques e pelos toques (não entra em transe). Ogãs ou Ogans: tocadores de atabaques (não entram em transe). Ajoiê ou ekedi: camareira do Orixá (não entra em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo". "Ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil.

Hierarquia

No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados por tipo de iniciação ao sacerdócio. Culto de Ifá participam tanto homens quanto mulheres, sendo um Culto patriarcal conduzido pelos Babalawos. Culto aos Egungun participam tanto homens quanto mulheres, sendo Culto patriarcal que lida diretamente com a ancestralidade, conduzidos pelos Ojés. Candomblé Ketu participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens (Babalorixás) quanto por mulheres (Iyalorixás), entram em transe com Orixá. Candomblé Jeje participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres Vodunsis, entram em transe com Vodun. Candomblé Bantu participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.

Templos

((Templos)) Os Templos de candomblé são chamados de casas, roças ou Terreiros. As casas podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista: Casas pequenas, que são independentes, possuídas e administradas pelo babalorixá ou iyalorixá dono da casa e pelo Orixá principal respectivamente. Em caso de falecimento do dono, a sucessão na maioria das vezes é feita por parentes consanguineos, caso não tenha um sucessor interessado em continuar a casa é desativada. Não há nenhuma administração central. Casas grandes, que são organizadas tem uma hierarquia rígida, não é de propriedade do sacerdote, nem toda casa grande é tradicional, é uma Sociedade Civil ou Beneficente.

Sacrifício no Candomblé

(((Sacrifício no Candomblé))) No candomblé, esta parte do ritual denominada de sacrifício não é propriamente secreta; porém não se realiza senão diante de um reduzido número de pessoas, todos fiéis da religião. Uma pessoa especializada no sacrifício, o Axogun, que tem tal função na hierarquia sacerdotal, é quem o realiza ou, na sua falta o babalorixá. O Axogun não pode deixar o animal sentir dor ou sofrer porque a oferenda não seria aceita pelo Orixá. O objeto do sacrifício, que é sempre um animal, muda conforme o Orixá ao qual é oferecido; trata-se, conforme a terminologia tradicional, ora de um animal de duas patas, ora de um animal de quatro patas, galinha, pombo, bode, carneiro. Na realidade não se trata de um único sacrifício: sempre que se fizer um sacrifício a qualquer Orixá, deve ser antes feito um para Exú, o primeiro a ser servido. Esse sacrifício não é só uma oferenda aos Orixás. Todas as partes do animal vão servir de alimento, nada é jogado fora. O couro do animal é usado para encourar os atabaques, o animal inteiro é limpo e cortado em partes, algumas partes são preparadas para os Orixás e o restante é destinado aos demais. Tudo é aproveitado: até a porção oferecida aos Orixás é posteriormente distribuída entre os filhos da casa como o axé do Orixá. É usada para confraternização: unem-se os filhos a comer com o pai ou mãe, havendo repartição do Axé gerado pelo Orixá. (Acredita-se que após algum tempo que a comida esteja no Peji ela fica impregnada pelo Axé do Orixá). O sacrifício no candomblé é a renovação do Axé, feito uma vez por ano para cada Orixá da casa ou em circunstâncias especiais.

Feitura de santo

(((Feitura de santo))) Feitura de santo é um termo usado nos terreiros de candomblé, que significa a iniciação de alguém no culto aos orixás. A iniciação é um rito de passagem, uma morte simbólica que transforma um homem comum em um instrumento do Orixá, em "elegun" um Iaô, pessoa sujeita ao transe de possessão, a emprestar seu corpo para que Orixá viva entre nós mais uma vez, por um período de horas ou dias. O iniciando passa por ritos complexos, de isolamento e segregação, de silêncio absoluto, de tonsura ritual, de sacrifícios de animais, de oferendas de alimentos, de pequenos cortes (cura) para inserção de pós mágicos em seu corpo (cicatrizes sagradas que definem os futuros sacerdotes), simbolizando uma volta ao útero da Mãe Terra, de onde renascerá, não um homem comum, mas o instrumento de um Orixá, que por sua boca e seu corpo falará e se manifestará, aumentando assim seu conhecimento e o de todos os outros crentes. A pena vermelha, chamada ekodide, que o elegun carrega em sua cabeça, simboliza realeza, honra, status adquirido pelo fato de ele ter se iniciado para ser um novo sacerdote dedicado ao culto daquele Orixá. As pinturas em cor branca, azul e vermelha, feitas a partir de substâncias vegetais e minerais. O bom não é suficiente, só o melhor é dado para o Orixá. Por muitos dias o neófito irá carregar consigo um colar especial de sagração no pescoço, chamado de Kelê simbolizando seu amor, devoção e sujeição ao Orixá. Cumprirá resguardo sexual, porque esta energia não pode ser desperdiçada, toda sua força energética deve estar centrada em Orixá. Comerá comidas especiais comida ritual, dormirá no chão, em uma esteira, aprenderá com os mais velhos as orações e cânticos de seu Orixá. É um tempo de amor, dedicação e aprendizado, um reaprender a viver, uma inserção do sagrado no cotidiano, uma experiência que não pode ser descrita, mas sim vivida. E a possessão faz parte de tudo isso; um compartilhar corpo e espírito com Orixá; um ser o orixá e voltar a ser o homem; sem a menor possibilidade de interferência, em que a humildade e a submissão à vontade divina são aprendidos sem que se ensine ou aprenda, por instinto e memória ancestral. E, ao fim de tudo, o elegun reaprende os atos do dia a dia,num ritual chamado Apanan retoma sua vida diária, mas para ele estará em primeiro lugar e sempre o Orixá

Iyawô

ìyàwó, Iyawô, Yao ou Iaô palavra de origem yoruba, é a denominação dos filhos-de-santo já iniciados na Feitura de santo, que ainda não completaram o período de 7 anos da iniciação. Só após a obrigação de 7 anos ele se tornará um Egbomi (irmão mais velho). Antes da iniciação são chamados de abíyàn ou abian. A pessoa passa a ser um Iaô após um período de vinte e um dias, recolhida no roncó ,quarto específico e apropriado para se fazer iniciações e obrigações, e passar por todos os preceitos necessários para ser um iniciado. É durante os sete anos, que a pessoa vai aprender as rezas, as cantigas, os preceitos, os segredos só confiados aos iniciados do Candomblé.

Mudança de hábitos e costumes

((((Mudança de hábitos e costumes))) As casas de candomblé são frequentadas e habitadas por um número variável de pessoas, pode variar de 20 a 300 pessoas dependendo do tamanho da casa e da ocasião ou do evento. Fora do período de festas na casa só ficam as pessoas residentes, mas nas obrigações e festas além dos residentes virão os outros filhos-de-santo da casa, os visitantes e convidados. Quanto maior o número de pessoas, maior será a preocupação com a higiene e alimentação. Os animais são abatidos pelo Axogum e limpos, as comidas são preparadas sempre sob a vigilância da Iyabassê encarregada da cozinha e responsável pela qualidade dos alimentos tanto para os Orixás como para as pessoas. A maior preocupação nas casas de candomblé e das outras religiões afro-brasileiras sempre foi com as doenças infecciosas principalmente a tuberculose e hepatite, por serem transmissíveis através de copos e talheres, por esse motivo cada filho da casa deve ter seu prato e caneca identificados, iyawos durante o período de recolhimento não usam talheres só passam a usá-los depois da caída de quelê. A higiene com pratos, talheres e copos sempre foi constante. Nos tempos modernos quando já existem os materiais descartáveis ficou um pouco mais fácil de lidar com o problema. Com o surgimento de novas doenças como HIV ou Aids[19] muitos hábitos e costumes do candomblé tiveram que ser mudados. Na iniciação os Iyawos tinham suas cabeças raspadas e curas feitas por uma única navalha que a Iyalorixá recebia de sua mãe-de-santo quando da posse do cargo, isso passou a ser feito com mais cuidado, adotando-se navalhas individuais ou descartáveis. Um dos maiores problemas enfrentados nas casas de candomblé tem sido com a dengue, principalmente nas regiões onde os focos do mosquito estão sendo combatidos. Os potes de abô (infusão de folhas sagradas) foram esvaziados para evitar possível proliferação do mosquito, os banhos são preparados com água e folhas frescas e usados imediatamente. A presença de crianças durante as festas de candomblé tem sido foco de discussões nos terreiros da Bahia, após a proibição feita pela Federação Baiana do Culto Afro-Brasileiro.

Sincretismo

(((Sincretismo))) No tempo das senzalas os negros para poderem cultuar seus orixás, nkisis e voduns usaram como camuflagem um altar com imagens de santos católicos e por baixo os assentamentos escondidos, segundo alguns pesquisadores este sincretismo já havia começado na África, induzida pelos próprios missionários para facilitar a conversão. Depois da libertação dos escravos começaram a surgir as primeiras casas de candomblé, e é fato que o candomblé de séculos tenha incorporado muitos elementos do cristianismo. Imagens e crucifixos eram exibidos nos templos, orixás eram frequentemente identificados com santos católicos, algumas casas de candomblé também incorporam entidades caboclos, que eram consideradas pagãs como os orixás. Mesmo usando imagens e crucifixos inspiravam perseguições por autoridades e pela Igreja, que viam o candomblé como paganismo e bruxaria, muitos mesmo não sabendo o que era isso. Nos últimos anos, tem aumentado um movimento em algumas casas de candomblé que rejeitam o sincretismo aos elementos cristãos e procuram recriar um candomblé "mais puro" baseado exclusivamente nos elementos africanos.

obi africano

OBi africano -A noz-de-cola (também chamada de abajá, café - do-sudão, cola, mukezu, obi e oribi.) é o fruto das plantas pertencentes ao gênero Cola da subfamília Sterculioideae (Malvaceae). As variedades mais comuns são obtidas de várias árvores do oeste da África ou da Indonésia, como Cola nitida ou Cola vera e a Cola acuminata. O grupo contém um total de 125 espécies. Possuindo um gosto amargo e grande quantidade de cafeína, a noz-de-cola é usada por muitas culturas do oeste africano, tanto individualmente quanto em grupo. Muitas vezes é usada cerimonialmente ou dada para convidados.Obi é um fruto sagrado e insubstituível, sem o qual não faz nenhuma obrigação, nenhuma confirmação de que os Orixás aceitaram as oferendas. A resposta de afirmação do Obi é fundamental para que os ritos possam continuar. O obi de quatro gomos, o único que deve ser ofertado aos Orixás, chama- se obi abatá, deve ser jogado sobre água, em pratos brancos ou diretamente no chão, o obi banja que possue dois gomos não serve para orisá nem advinhação, não esquecendo que ao orisá Sango é oferecido orogbo ao invés de obi. O Obi se refere a noz de cola fresca nativo da Africa, os africanos costumam comer esses frutos, independente dos usos que se dão ao mesmo tempo em seus rituais; Na África é costume receber as visitas ilustres oferecendo algum desses frutos e um cálice de bebida, podendo ser vinho de palma (emu), ou gim, tal ato, significa que o visitante é bem vindo e desfruta de confiança e amizade do dono da casa. OBÍ KOSI IKÚ Obí para que não tenhamos morte OBÍ KOSI ÀRÙN Obí para que não tenhamos doenças OBÍ KOSI ÒFÒ Obí para que não tenhamos perdas OBI KOSI ÈJÉ Obí para que não tenhamos derramamento de sangue OBÍ KOSI FÌTÍBÒ Obí para que não tenhamos desentendimentos OBI KOSI ARÁ IKÚ BÀBÀWA Obí para que a morte não nos veja

O TOQUE DOS ORIXÁ

nomes Rum, Rumpi e Le- O atabaque é um instrumento musical que chegou ao Brasil através dos escravos africanos, é usado em quase todo ritual afro-brasileiro, típico do Candomblé e da Umbanda e das outras religiões afro-brasileiras e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa, empregados para convocar os Orixás, Nkisis e Voduns. O TOQUE DOS ORIXÁ- ILU Termo da lingua Yoruba significando "tambor". É um ritmo rápido e de cadência marcada atribuído a Oya / Iansã.Conhecido também como Dárò, que significa lamento. É percurtido por aquidavis. *Aquidavis" - varetas feitas de madeira BATA- Batá significa tambor para culto de Egum e Xangô .Ritmo cadenciado especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado com as mãos. AGUERE/ Em Yoruba significa "lentidão" .Ritmo cadenciado para Oxossi com andamento mais rápido para Oya/Iansã. Quando executado para esta Iabá é chamado de "quebra-pratos" IJEXÁ/ Ritmo cadenciado tocado somente com as mãos. É dedicado a Oxum quando sua execução é somente instrumental. ADARRUM/ Ritmo invocatório de todos os Orixás. Apressado ,forte e contínuo marcado junto pelo agogo.Pode ser acompanhada de canto especialmente para Ogum. ALUJÁ/ Significa orifício ou perfuração.Toque rápido com características guerreiras.É dedicado a Xango. IGBIM/ Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes .Descreve a viagem de um Ancião.É dedicada a Oxalufã. OPANIJE/ Dedicado a Obaluayie,Onile e Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. Significa "mata e come". AVAMUNHA / ARREBATE / AVANINHA/ Ritmo acelerado e sincopado. Marca início e término das cerimônias .Significa eles se movem. HUNTÓ OU RUNTÓ/ Ritmo de origem Fon executado para Oxumare. Runtó também é o chefe da orquestra Jeje ,título dedicado aos Alabes nas comunidades Nagô.Pode ser executado com cânticos para Obaluayie e Xango. SATÓ/ Sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run.. Dedicado a Oxumare ou Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado. ADABI / AGABI / EGO / Bater para nascer é seu significado. Ritmo sincompado dedicado a Exú. BRAVUM/ Dedicado a Oxumare .Ritmo marcado por golpes fortes do Run. TONIBOBÉ/ Pedir e adorar com justiça é seu significado. Tocado para Xango. KORIN- EWE / Originário de Irawo ,cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria.Seu significado é "Cântico das Folhas". OGUELE/ Ritmo atribuído a Obá.Executado com cânticos para Ewá. É o "tambor falante que manda mensagens para longe".

adjá

O adjá é um instrumento folclórico afro-brasileiro, idiofone, espécie de campainha de metal dourado ou prateado de duas,três ou mais campana Usado no candomblé da Bahia e, com o nome de xere, no xangô de Pernambuco, tem a função de invocar os orixás, chamar os crentes para o ritual de “dar comida” ao santo, ou para reverenciá-lo, além de acompanhar as danças e os toques de atabaque . pessoas que ainda não possuem direito de usá-lo, são imediatamente incorporadas por seu santo,ao pegarem no mesmo.Nosso zelador utilizou aquele instrumento para chamar nosso orixá,desde nosso bori até nossa inicianção,assim sendo como vamos sair tocando adjá sem termos recebido autorização para tal.vale lembrar que quando recebemos autorização para manusear esse instrumentos nosso orixá costuma vir em terra para que seja "quebrada a "quizila" e assim ele possa reconhecer nosso direito. O adjá é de uma importância no candomblé e se você ainda não tem "Mão de adjá" ou seja não está outorizado a fazer uso do mesmo não faça não pegue nem utilize,pois as consequências podem se graves .

ODÚS--Sistema oraculo Merindilogun

ODÙ ORIXÁ 1.Òkànràn - Esú 2.Éji Òkò - Ogun e Ibeji 3.Étà Ògúndá - Obaluaiye e ainda Ogun 4.Ìròsùn - Iyemonjá 5.Òsé - Osum 6.Òbàrà - Sangô, Osòóssi, Iyansã e Logunedé 7.Òdì - Esu, Omolu, Osòóssi e ainda Ooaguiyãn 8.Éjì Onílè - Osoguiyan 9.Òsá - Oya, Iyemonjá 10.Òfún - Osalá 11.Òwórín - Iyansã, Esu e Ogun 12.Èjìlá Seborà - Sangô 13.Éjì Ológbon - Nanã 14.Ìka - Osumare e Ossaniyn 15.Ogbègúndá - Obá, Ewa, Osumarê e Omulu 16.Àlàáfia - Orunmilá, Orisalá, Odudua e Orisás Funfun

Egungun

Segundo a tradição do culto dos Eguns, é originário da África, mais precisamente da região de Oyó. O culto de Egungun, é exclusivo de homens, sendo Alápini o cargo mais elevado dentro do culto tendo como auxiliares os Ojés. Todo integrante do culto de Egungun é chamado de Mariwó. Na África, sangô é considerado a encarnação do Deus primordial do Sol, raios e tempestades, sangô seria a encarnação de Jakutá, que é considerado a mão de Olorun que pune, o caráter punitivo de Olorun, ele representa o poder de Olorun, tanto que fora enviado ao mundo em criação para estabelecer a ordem entre Oxalá e Oduduá, que são as duas divindades que foram encarregadas, por Olorun, para criação. Desta forma, sangô é cultuado como um Orixá Egungun, Orixá por ele ser nada mais nada menos que o Orixá da execução, da punição divina e Egungun por ele ter tido sua passagem pela terra como homem e ter se iniciado. sangô foi o criador do culto de Egungun e ele foi o primeiro Ojé ( Sacerdote do Culto aos Mortos ) e também foi o primeiro Alapini ( Sumo-sacerdote do Culto aos Mortos ) isso é evidenciado em um de seus Orikis que fala. O Egun é a morte que volta à terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos. ele "nasce" através de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos dos ojé (sacerdotes) munidos de um instrumento invocatório, um bastão chamado ixan, que, quando tocado na terra por três vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a "morte se torne vida", e o Egungun ancestral individualizado está de novo "vivo"; A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto aos Orixás. sangô criador de Culto a Egungun sangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã: "Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com sangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas sangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyámis ficaram furiosas com sangô e juraram vingança, em um certo momento em que sangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani filha de sangô que ele mais adorava. sangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, sangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim sangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá. sangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun. sangô , Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais."

IYÁ-MI OSORONGÁ

IYÁ-MI OSORONGÁ
Donas de um asé tão poderoso como o de qualquer orisá, tiveram seu culto difundido por sociedade secretas de mulheres, e são as grandes homenageadas do famoso festival Gèlèdè na Nigéria. As iyá-Mi tornaram-se conhecidas como as senhoras dos pássaros e a sua fama de grandes feiticeiras associou-as à escuridão da noite; por isso também são chamadas Eleyé, e as corujas são os seus principais símbolos. A sua relação mais evidente é com o poder genital feminino, que é o aspecto que mais aproxima a mulher da natureza, toda mulher é poderosa porque guarda um pouco da essência das Iyá-Mi; a capacidade de gerar filhos, seu grande poder deve-se ao fato de guardar o segredo da criação. As denominações de Iyá-Mi expressam as suas características terríveis e mais perigosas e por essa razão os seus nomes nunca devem ser pronunciados; mas quando se disser um dos seus nomes, todos devem fazer reverencias especiais para aplacar a ira das Grandes Mães e, principalmente, para afugentar a morte. No culto chamado Awo-Funfun, ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ é conhecida como a Mãe vermelha, onde necessariamente é mantida com esse mesmo nome, estruturalmente cultuada como esposa mítica de ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ, onde entre muitos títulos classificados funfun’s (primordiais) é também chamada de IYEMOWO (mãe que possibilita dinheiro à suas filhas), ou seja, os búzios, elemento este símbolo da riqueza e ancestralidade de todas as Iyagbas, pertencendo primordialmente a Bàbáluàiyé o Òrìsà que possibilita riquezas matérias. Este fato é comprovado na iniciação de um Yawo seja à ÌYÀMÌ ou IYEMONJA, quando irrevogavelmente tanto em pequenos ou grandes rituais, seus Elegun’s saem à público com suas roupas Vermelha ou Branca completamente cobertas de Aje ( Búzios), num pedido único de riqueza seguidamente expressando a antigüidade desse Supremo Òrìsà feminino, seja qual for seu aspecto. Dizer que ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ não é um Òrìsà, ou dizer que Ela simplesmente não tem iniciação num culto próprio, é indiscutivelmente incorrer numa enorme falta de conhecimento referente a ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ.

A importância da Cabaça no Candomblé .

A importância da Cabaça no Candomblé : A cabaça é um fruto vegetal com larga utilização no Candomblé . É o fruto da cabaceira. Inteira, é denominada cabaça; cortada, é cuia ou coité; e as maiorias são denominadas cumbucas. Nos ritos do Candomblé, sua utilização é ampla, tomando nomes diferentes de acordo com o seu uso, ou pela forma como é cortada. A cabaça inteira é denominada Àkèrègbè , e a cortada em forma de cuia toma o nome de Ìgbá . Cortada em forma de prato é o Ìgbáje , ou seja, o recipiente para a comida. Cortada acima do meio, forma uma vasilha com tampa, tomando o nome de Ìgbase , ou cuia do Àse , e é utilizada para colocar os símbolos do poder após a obrigação de sete anos de uma Ìyàwó , como a tesoura, navalha, búzios, contas, folhas, etc. que permitirão à pessoa ter o seu próprio Candomblé. Cabaças minúsculas são colocadas no Sàsàrà de Omolu , como depósito de seus remédios.’ No Ógó de Èsù , uma representação do fato masculino, as cabaças representam os testículos. Usa-se uma das partes da cabaça cortada ao meio, e colocada na cabeça das pessoas a serem iniciadas e que não podem ser raspadas por serem Àbìkú , para nela serem feitas as obrigações necessárias. Com o corte ao comprido, torna-se uma vasilha com um cabo, chamada de cuia do Ìpàdé e serve para colher o material de oferecimento ou para colher as águas do banho de folhas maceradas. Inteira e revestida de uma rede de malha será o Agbè , instrumento musical usado pelos Ogans , durante os toques e cânticos. Uma cabaça com o pescoço comprido em forma de chocalho é agitada com as suas sementes, fazendo assim o som do Séré , forma reduzida de Sèkèrè, instrumento por excelência de Sàngó . A cabaça inteira em tamanho grande substitui nos ritos de Àsèsè , a cabeça de uma pessoa que morreu e que por alguns fatores não é possível realizar as obrigações de tirar o Òsu . Por fim, pode ser lembrado que a cabaça cortada em forma de vasilha com tampa é conhecida como Ìgbádù , a cabaça da existência e contém os símbolos dos quatro principais Odù : Éjì, Ogbè, Òyekú Méjì, Ìwòri Méjì e Òdí Méjì.
Nenhuma postagem.
Nenhuma postagem.